Aproximadamente cem imigrantes ilegais morreram nesta quinta-feira (3) após o naufrágio da embarcação em que viajavam, em sua tentativa de chegar à ilha de Lampedusa, no sul da Itália.
Há contradição quanto ao número de mortos. A agência France Presse fala em 92 pessoas, a espanhola EFE cita 93 mortos, a Associated Presse, 78 mortos e a Reuters 82.
Ainda estão em curso os trabalhos de retirada das vítimas, explicou a prefeita da ilha italiana, Giusi Nicolini.
No Twitter, o Papa Francisco pediu orações pelas vítimas da tragédia. “Rezemos pelas vítimas do trágico naufrágio na costa de Lampedusa”, disse o pontífice.
De acordo com a primeira reconstituição, a embarcação virou em frente a “Isola dei Conigli”, uma pequena ilha que pertence a Lampedusa, e tinha a bordo cerca de 500 imigrantes, inclusive mulheres e crianças.
Os sobreviventes explicaram que são da Eritréia e da Somália e que zarparam do litoral da Líbia.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para Imigrantes confirmaram que as vítimas podem ser da Eritréia e teriam saído da Líbia.
O chefe da Acnur, António Guterres, expressou sua consternação em comunicado oficial. “Felicito pela rápida ação tomada à guarda litorânea italiana para salvar vidas. Ao mesmo tempo, estou consternado pelo fenômeno mundial crescente de imigrantes e pessoas que fogem de conflitos ou perseguições e que morrem no mar”.
A Acnur expressou seu compromisso de colaborar com os países da região para dar assistência a estas pessoas que “arriscam suas vidas em viagens tão perigosas”.
O comissário extraordinário da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, explicou que 120 pessoas já estão em terra firme, entre elas 30 crianças, algumas com poucos meses, e duas mulheres grávidas.
Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país.
A prefeita da ilha, Giusi Nicolini, confirmou que entre os mortos estão duas crianças pequenas e uma mulher grávida, e informou que o número de vítimas deve ser maior “pois o mar está cheio de corpos”.
Giusi também informou à imprensa italiana que, entre os sobreviventes, as forças da ordem prenderam uma pessoa. Acredita-se que ele seja o traficante responsável pelo transporte ilegal.
“Trata-se de uma tragédia imensa”, acrescentou Giusi, que explicou que os sobreviventes relataram que estavam há várias horas em alto-mar e que não conseguiram pedir ajuda, por isso decidiram acender uma chama para serem localizados.
A embarcação pegou fogo logo depois e muitos imigrantes tiveram que se lançar ao mar e, por fim, o barco virou, acrescentou a prefeita.
O responsável da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, informou que foram recuperadas 150 pessoas.
Candela explicou que as condições dos sobreviventes eram boas e que, apesar de alguns terem apresentado sintomas de hipotermia, ninguém precisou ser hospitalizado.