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Mulheres refugiadas participam de workshop sobre cultura brasileira e mercado de trabalho em São Paulo

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Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu

O desafio de adaptação ao novo contexto cultural e laboral para mulheres em situação de refúgio, recém-chegadas ao Brasil, motivou a realização do segundo workshop do projeto Empoderando Refugiadas. Realizado na sede do Carrefour, uma das empresas apoiadoras do projeto, o encontro reuniu cerca de 30 mulheres de diferentes nacionalidades, formações acadêmicas e perfis culturais.

Entre os tópicos trabalhados no treinamento, estava a elaboração adequada de um currículo profissional voltado para a realidade do mercado de trabalho brasileiro, assunto abordando pela consultora de recursos humanos e diretora da Projeto RH, Eliane Figueiredo.

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Para a congolesa Lysete, este tema ainda é um desafio para as mulheres que, assim como ela, fazem parte do projeto. “Aprendemos muito sobre a elaboração do currículo hoje porque muitos detalhes não tínhamos conhecimento técnico e fazíamos diferente, mas agora vamos mudar para melhor”, afirmou a congolesa, que há quase quatro vive no Brasil

Embora Lysete já tenha se adaptado à cultura brasileira, o choque de realidades ainda é um desafio para muitas, como relata a marroquina Manyam. Vivendo no Brasil há oito anosl, ainda sofre com a discriminação no mercado de trabalho.

“Para mim é difícil, uso turbante pela minha cultura e nem todo mundo aceita. Já me disseram que não poderia trabalhar usando o adereço, não entendem a questão religiosa”, disse.

Romper a barreira do preconceito é um desafio que muitas empresas brasileiras têm internalizado em suas operações e práticas de relações diárias entre seus próprios colaboradores. Segundo a especialista de diversidade e inclusão do Carrefour, Maricelia Machado, a aceitação e convívio com a diversidade é uma forma de enxergar oportunidades.

“O sucesso de qualquer negócio parte da vivência com culturas diferentes, isso fortalece as organizações. No contato com uma cultura diferente é importante que a outra pessoa se sinta acolhida para que então possa sentir-se integrada dentro das organizações”, ponderou Maricelia.

Para tanto, ainda de acordo com a especialista, torna-se importante também estar aberta para conhecer a cultura do país e de quem chega. “É necessário entender as diferenças de cultura e também dar apoio e acolhimento, como o projeto Empoderando Refugiadas vem fazendo (há três anos), para que (as mulheres refugiadas) possam entender como se adaptar a uma nova cultura”, afirmou.

Parte deste processo de adaptação à nova realidade por parte das refugiadas foi auxiliado por representantes das empresas Sietar Brasil e Fox Time, também parceiras do projeto, que apresentaram exemplos de condutas positivas e negativas em situações de recrutamento e discutiram tópicos importantes de adaptação aos costumes brasileiros.

O Projeto

O Empoderando Refugiadas é um projeto da Rede Brasil do Pacto Global, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e da ONU Mulheres, que promove o treinamento e inserção de refugiadas no mercado trabalho brasileiro. O projeto, que já intermediou a colocação de 21 mulheres no emprego formal, está em sua terceira edição este ano e busca atender cerca de 50 mulheres.

A programação do Empoderando Refugiadas inclui mentorias individuais e workshops que são realizados com o apoio das empresas parceiras ABN AMBO, Carrefour, Facebook, Pfizer, Renner e Sodexo. Todo processo de seleção das mulheres para o projeto é feito Programa de Apoio para Recolocação de Refugiados (PARR). Entre as outras instituições parceiras, estão Caritas, Consulado do Brasil, Fox Time Recursos Humanos, Grupo Mulheres do Brasil, e Migraflix.

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Fonte: ACNUR