Lançada na noite desta segunda-feira (5), a 8ª edição do Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos tem como tema principal o papel da mulher na sociedade. A presidente da AMAERJ, Renata Gil, destacou que o objetivo é incentivar que as mulheres ocupem efetivamente seus espaços no mundo contemporâneo.
“Temos um passado recente de ocupação de espaços femininos não muito feliz. É um desejo da sociedade que seja debatido esse espaço, como a ascensão da mulher no mercado de trabalho e a diferença de remuneração que ainda existe. Que nós, entidades da sociedade civil, possamos ser instrumentos para práticas que permitam essa ascensão”, afirmou.
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Realizada no auditório da AMAERJ e transmitida ao vivo pelo Facebook, a cerimônia teve a participação da diretora de Direitos Humanos da Associação, Marcia Succi; da desembargadora do TJ-RJ Regina Passos (2ª vice-presidente do IMB – Instituto dos Magistrados do Brasil); e do 1º subdefensor público-geral do Estado, Marcelo Leão. Magistrados, advogados, servidores, as filhas da juíza Patrícia Acioli, Ana Clara e Maria Eduarda, e o ex-marido da magistrada, Wilson Chagas, estiveram presentes.
“Temos muito orgulho desta premiação, que destaca a cidadania, a Justiça e os direitos humanos. O Prêmio é reconhecido internacionalmente e um reforço muito forte da nossa entidade associativa. A premiação é feito em memória de Patrícia Acioli, que deu a sua vida pela magistratura. A partir da memória de Patrícia, o Prêmio permite os avanços necessários na pauta dos direitos humanos para a sociedade”, disse Renata Gil.
Amiga de Patrícia Acioli, a desembargadora Regina Passos ressaltou que sente-se honrada e emocionada em falar da juíza. “Sempre penso em Patrícia, de alguma forma ela está em nós. Patrícia era uma humanista, ensandecida na busca pela justiça. Louvo muito o Prêmio. Neste ano, tive a grata satisfação com o destaque da mulher na sociedade. Nós precisamos mesmo, temos que falar de nós, mulheres. Patrícia foi vitimada não só pela violência simbólica, mas pelo patriarcado, pela falta de valor ao ser humano e à Justiça. Não se pode calar a voz de Patrícia e não vai calar.”
A juíza Marcia Succi homenageou a presidente da AMAERJ ao dizer que o tema do Prêmio sobre o papel político da mulher na sociedade “está incorporado em Renata Gil, a nossa grande representante”.
“Renata Gil é uma mulher que consegue fazer tudo e, diante do seu empoderamento, constrói para outras mulheres esse caminho. Apesar de tantas conquistas já alcançadas ao longo desses anos, as mulheres ainda não conseguiram alcançar a representatividade expressiva no cenário político. Menos de 25% dos parlamentares em todo o mundo são mulheres. Precisamos trazer o olhar e a voz feminina. É por isso que confio em mulheres como Renata Gil”, afirmou Marcia Succi.
Para o defensor Marcelo Leão, o Prêmio tem uma importância enorme ao debater a dignidade da pessoa humana. “O Prêmio tem uma repercussão nacional e internacional. É uma premiação que incentiva a quem pratica os direitos humanos a continuar e aos que não praticam a buscar a prática.”
A premiação nacional tem quatro categorias: Trabalhos dos Magistrados, Reportagens Jornalísticas, Práticas Humanísticas e Trabalhos Acadêmicos. As inscrições estarão abertas até 12 de agosto.
O júri integrado por especialistas de destaque nas quatro áreas selecionará os premiados. Haverá cinco finalistas por categoria. O primeiro lugar de cada uma ganhará R$ 15 mil; o segundo, R$ 10 mil; o terceiro, R$ 5 mil. Os três primeiros colocados receberão troféus. Os demais finalistas serão homenageados com Menções Honrosas. Na categoria Trabalhos dos Magistrados, os três primeiros colocados receberão troféus.
A cerimônia de premiação será em 21 de outubro, às 18h, no Tribunal Pleno do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro).
Criada em 2012, a premiação celebra a memória da juíza Patrícia Acioli. Titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, ela foi morta em 2011, em Niterói, por policiais militares. Além de homenagear Patrícia Acioli, o Prêmio tem o objetivo de identificar, disseminar e estimular a realização de ações em prol dos direitos humanos, dando visibilidade às práticas.
O Prêmio tem o apoio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, da EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) e da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e patrocínio da ANOREG/RJ (Associação dos Notários e Registradores do Estado do Rio de Janeiro), da Multiplan, da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e do O Dia.