O dia 14 de março ganha um novo significado no Rio de Janeiro. Agora, a data é o Dia de Luta contra o Genocídio da Mulher Negra, batizado também como o Dia Marielle Franco. O objetivo é homenagear a vereadora assassinada a tiros há quatro meses, com o motorista Anderson Gomes.
A Lei 8.054/18, sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão e publicada no Diário Oficial do Poder Executivo nesta quarta-feira (18), determina a inclusão da data no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro. Também estabelece que sejam promovidas palestras para incentivar a reflexão sobre o assassinato de mulheres negras no Brasil.
De acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, de 2017, jovens negras com idade entre 15 e 29 anos têm duas vezes mais chances de ser mortas do que as brancas na mesma faixa etária.
Criada no Complexo da Maré (Zona Norte do Rio), ela iniciou a militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, em tiroteio entre policiais e traficantes.
Eleita vereadora pelo PSOL, Marielle exercia o primeiro mandato na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Ela foi a quinta parlamentar mais votada na cidade e presidia a Comissão de Defesa da Mulher da Câmara Municipal.
O assassinato de Marielle e de Anderson, que ainda não foi esclarecido, repercutiu internacionalmente e gerou protestos em diversos países.