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Nigéria: mais de 950 pessoas morreram nos centros de detenção

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A Nigéria,o país mais povoado da África, sofre com múltiplas tensões por causa das divergências políticas, socioeconômicas, religiosas e territoriais.

Com cerca de 170 milhões de habitantes divididos em mais de 200 grupos tribais, desde 2009, quando a polícia assassinou o então líder e fundador do Boko Haram, Mohammed Yosef, os radicais mantêm uma estratégia sangrenta de ação

que já causou mais de três mil mortes, segundo números do exército nigeriano. 

A Anistia Internacional (AI) denunciou, nesta terça-feira (15), que centenas de pessoas morreram em centros de detenção administrados pelas Forças de Ação Conjunta (JTF, sigla em inglês) do Exército da Nigéria.

“A AI recebeu informação crível de um alto comando do Exército nigeriano que indica que mais de 950 pessoas morreram sob custódia militar apenas nos primeiros seis meses de 2013”, afirmou a organização, que solicita “uma investigação de urgência” sobre o caso.

Para a subdiretora da Anistia Internacional na África, Lucy Freeman, “os detalhes do que acontece por trás das portas nesses tenebrosos centros de detenção devem se tornar públicos e os responsáveis pelas violações dos direitos humanos levados perante a Justiça”.

A maioria destas mortes aconteceu em celas do norte do país, usadas pelos militares para deter supostos membros do grupo fundamentalista islâmico nigeriano Boko Haram, contra o qual o exército da Nigéria mantém uma ampla ofensiva, desde maio de 2013.

Presos libertados que concederam entrevistas à AI relataram que “as pessoas morrem quase diariamente por asfixia e ferimentos devido à superlotação, além de passarem fome”.

“Alguns ficaram gravemente feridos devido a surras e morreram por falta de atendimento médico”, informou o texto, que também apontou que “em alguns casos, os detidos poderiam ter sido executados de forma extrajudicial”.

Desde o dia 16 de maio, a Nigéria realiza uma ofensiva antiterrorista nos estados de Yobe, Borno e Adamawa, no nordeste do país (todos em estado de emergência), após um aumento de atividades criminosas nessa região, onde o Boko Haram opera. Mas, mesmo assim, ataques dos fundamentalistas continuam a ser registrados.

O grupo, cujo nome significa no idioma local “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor a lei religiosa naquele país africano, de maioria muçulmana no norte e cristã no sul.