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Violência contra a criança; surras, revolta e desamparo

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Sessenta e oito por cento das crianças, em cinco comunidades do município do Rio de Janeiro  e uma de Caxias, são espancadas.

O levantamento foi realizado pelo Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUC do Rio Grande do Sul (CAES/RS).

No Morro da Formiga, na Tijuca, enquanto 0,9% das crianças de 8 anos apanham “muitas vezes”,  crianças de 2 anos (e até os 18 meses elas são consideradas bebês) são as surradas com  uma frequência que atinge 25%.

As meninas são as que mais apanham na infância. Mães jovens, pobres e com mais filhos são as mais violentas.

Um dado assustador: as refeições em família – que deveriam ser um momento de diálogo e afetividade –  são motivo para discussões e surras.

“Quando a criança toma café da manhã ou almoça com os pais, aumenta em três vezes a chance de sofrer violência”, denuncia o coordenador do projeto do CAES/RS, professor Hermílio dos Santos.

O grito é outra forma de violência bastante comum e atinge, em média, mais de 70% das crianças.

Vielas, becos sem saída, esgoto a céu aberto e falta de espaços de lazer, segundo a pesquisa, têm relação direta com a violência doméstica contra as crianças.

 Hermílio dos Santos  afirma que as crianças que mais sofrem maus-tratos são as que mais brigam nas ruas e que têm maior dificuldade para se relacionar, aprender e se desenvolver.

” Esse tipo de violência doméstica deve ser tratado como um problema social, para o qual é necessária a criação de políticas que possam quebrar o paradigma de que bater em criança resolve”, destaca.

O Projeto Infância e Violência: Cotidiano de Crianças em Favelas ouviu 1.050 moradores (843 adultos e 207 crianças entre 6 e 8 anos de idade) nas seis comunidades com o objetivo de compreender os vários aspectos do dia a dia das crianças em favelas, principalmente sua relação com a violência de vários tipos.

Os levantamentos começaram em junho de 2012 e foram realizados nos morros da Formiga, dos Macacos (Vila Isabel) e nas favelas Parque Maré, Vila Cruzeiro (Penha), Minha Deuza (Realengo) e Mangueirinha (Caxias).