O vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, fez uma homenagem à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes em um evento na noite de segunda-feira (16) do Fórum de Direitos Humanos, que reúne instituições científicas do Rio de Janeiro, que aconteceu na Faculdade Nacional de Direito, no Centro.
Adolfo afirmou que a vereadora foi um “exemplo de resistência e dignidade humana” e pediu à organização para ouvir os relatos de vítimas da violência em favelas do Rio. Ele também se encontrou com Mônica Benício e Agatha Reis, viúvas de Marielle e Anderson.
Adolfo Pérez Esquivel ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela luta pelos direitos humanos na América Latina.
Segundo a assessoria da UFRJ, durante o evento, ele demonstrou preocupação com a situação de países da região como Haiti e Honduras. “Hoje, a América Latina e o mundo estão num caos terrível”, afirmou, ao lembrar da guerra na Síria e dizer que diversos países vivem golpes de estado e “ditaduras encobertas”.
Esquivel visitou a comunidade da Maré nesta terça-feira (17) e realiza a aula magna da UFRJ, abrindo oficialmente o ano letivo da instituição, na próxima quarta (18).
Marielle e Anderson foram assassinados no dia 14 de março na região central do Rio. No último sábado (13), a morte de Marielle e Anderson completou 30 dias. Criminosos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Ela foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça.
A única sobrevivente, uma assessora da vereadora que estava no carro e tem o nome mantido em sigilo, deixou o país com a família por medo de represálias.
Desde a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, atos pedindo justiça e a apuração dos fatos têm acontecido em vários pontos do país.