Papa Francisco condena, duramente, a obsessão da Igreja Católica Romana por aborto, gays e contraceptivos.
Em entrevista concedida ao completar seis meses de papado, o sumo pontífice afirmou que a Igreja não pode ser “obcecada”com a condenação do aborto, à contracepção e ao casamento gay.
Segundo o papa, em vez de “burocratas frios e dogmáticos” a Igreja deve ser mais acolhedora e não intervir na vida dos gays.
“Quando Deus olha para uma pessoa gay, endossa a existência dela ou a rejeita?”, pergunta o papa ao opinar que não é possível interferir espiritualmente na vida de uma pessoa.
Nesta longa entrevista concedida em agosto ao jesuíta Antonio Spadaro, editor do jornal italiano “La Civiltà Cattolica”, o papa Francisco pediu que a Igreja “encontre um novo equilíbrio” em suas prioridades.
A entrevista marcou os seis meses do pontificado do papa Francisco e foi a primeira mais extensa desde que foi eleito.
“Deus, na criação, nos libertou”, afirma o sumo pontífice, o que explica a impossibilidade de interferência espiritual.
Modesto em seus hábitos pessoais – o que o diferencia do antecessor, Bento 16, o papa argentino demonstra preocupação com as reformas da Cúria, tentando evitar novos escândalos de pedofilia e financeiros.
A atitude do papa Francisco, para quem mudanças precisam de tempo, contrasta com a cruzada antiaborto do papa polonês João Paulo 2º.