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ONU repensa “Objetivos do Milênio” e faz balanço ambíguo

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Objetivos do Milênio é um plano ambicioso que a Organização das Nações Unidas (ONU) se impuseram no ano de 2000 e que tem por meta, entre outras, reduzir pela metade o número de pobres e interromper a propagação do HIV, até 2015.

Agora, na Assembleia Geral da ONU, o que entra em primeiro plano são outros temas. A guerra na Síria e o conflito nuclear com o Irã são temas recorrentes nas conversas entre os representantes dos 193 países-membros.

Em 2000, os estados concordaram, entre outros pontos, em reduzir o número de pobres em 50%, garantir a educação básica para todos; reduzir em dois terços a mortalidade de crianças menores de 5 anos e diminuir pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável. 

Quanto ao sucesso dos Objetivos do Milênio o balanço feito pelo subsecretário-geral da ONU é bastante ambíguo.

David Malone diz que “vai ser duro alcançar todas as metas até 2015”.

Segundo o subsecretário, o número de pessoas que vivem abaixo do limite estabelecido de US$ 1,25 por dia caiu, como o esperado, pela metade.

Entretanto, organizações de ajuda humanitária relativizam a mensagem otimista e afirmam que a razão para o êxito seria, na verdade, o boom econômico na Ásia.

Para Wolfgang Jamann, presidente da Ação Agrária Alemã, ” na África Subsaariana, a situação ainda parece muito dramática; ali o abismo entre os pobres e ricos continua a aumentar”.

Naquela região,  900 milhões de pessoas passam fome o que representa um sétimo da população mundial.

Em relação à luta contra a Aids,  David Malone vê sinais satisfatórios. Até 2015, a ONU pretende erradicar a propagação da doença, invertendo a tendência de contágio e hoje, embora um número bem menor de pessoas contraia o vírus HIV, é ainda questionável se as Nações Unidas irão alcançar essa meta.

Já no tema “educação”, a ONU também diz estar no caminho certo, mas reduz as expectativas.

Malone afirma que ainda há 60 milhões de crianças sem escola e diz que não é suficiente apenas facilitar o acesso à escola primária.

No futuro, a meta será a qualidade do ensino como um todo já que estudos apontam que em muitos países da região da África Subsaariana a metade dos alunos do sexto ano não domina sequer a aritmética básica.

Por outro lado, a ONU informou que uma das principais metas parciais foi atingida já no ano de 2012 com mais de 6 bilhões de pessoas (quase 90% da população mundial) tendo acesso à água potável, ou seja: 2 bilhões a mais que em 1990.