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Espionagem: reclamação de Dilma Roussef é desprezada e a de Angela Merkel mudou a postura dos EUA

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Matéria do jornalista Raul Juste Loresa, divulgada nesta quinta-feira (31) pelo site do jornal Folha de São Paulo afirma que a reclamação direta da chanceler alemã, Angela Merkel, contra o grampeamento de seu próprio celular mudou a retórica do governo americano e a baixa prioridade que o escândalo da espionagem recebia da Casa Branca.

A Alemanha já tem recebido propostas de acordos e desculpas que jamais foram oferecidos ao Brasil, como tem analisado a diplomacia brasileira.

Nem o cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington nem os protestos (moderados) da França e do México tiveram o impacto da reclamação alemã.

O jornalista conta que, por meses, diversos diplomatas americanos, em conversas reservadas com a Folha de São Paulo, atribuíam a reação de Dilma ao “cálculo eleitoral” pela campanha da reeleição em 2014 e ao “antiamericanismo” de setores do Partido dos Trabalhadores. 

Em telefonema imediato, o presidente Obama prometeu à chanceler alemã Merkel que “nem no presente, nem no futuro” seu celular seria mais grampeado.

Por outro lado, em agosto, o vice-presidente americano, Joe Biden, disse que não poderia dar essas garantias ao Brasil.

Uma das maiores defensoras dos sistemas de espionagem em massa, a senadora democrata Dianne Feinstein, que preside a Comissão de Inteligência do Senado, mudou o tom, dizendo que “se opõe totalmente à espionagem de aliados”, e pediu uma revisão completa dos programas da Agência de Segurança Nacional americana.

Feinstein disse que se opõe, totalmente, à espionagem dos “líderes aliados, incluídos França, Espanha, México e Alemanha”.

A senadora sequer citou o Brasil o que faz os diplomatas brasileiros se questionarem se Estados Unidos e União Europeia fecharão algum acordo, deixando o Brasil de lado.

Mas Merkel acabou reforçando a proposta brasileira na ONU (Organização das Nações Unidas) de um acordo multilateral.

Até o final do ano, o governo americano deve concluir o processo de revisão de seus programas de espionagem  e o Itamaraty aguarda a resposta americana para compará-las às garantias oferecidas aos europeus.