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Empresas brasileiras recebem treinamento para contratação de mulheres refugiadas

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Encontro em São Paulo esclareceu dúvidas de mercado e contratação de refugiados. Foto: Fellipe Abreu

Mulheres em situação de refúgio, empresas e representantes da ONU se reuniram nesta quinta-feira (07), na sede da empresa EMDOC, em São Paulo, para um encontro do projeto Empoderando Refugiadas. A iniciativa da Rede Brasil do Pacto Global, ACNUR e ONU Mulheres promove a inserção de mulheres refugiadas no mercado de trabalho brasileiro.

O encontro pôde demonstrar na prática um caso de sucesso na contratação de mulheres refugiadas. O exemplo em questão foi da Fox Time, que recentemente integrou Rama, refugiada síria, em seu quadro de funcionários. De acordo com Danielle Pieroni, gestora de Recursos Humanos da Fox Time e SDG Pioneer 2018, a decisão surgiu na identificação de um potencial de crescimento para a empresa por meio deste tipo de ação. 

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“Já éramos parceiros do projeto, porém decidimos contratar porque vimos que as empresas ganham muito com isso, principalmente no clima organizacional. Conviver com pessoas diferentes é muito positivo para a instituição e encontramos na Rama uma profissional totalmente engajada”, declarou Danielle. 

Apesar de ainda não dominar 100% o idioma português, Rama está totalmente integrada à empresa, onde colabora com o setor financeiro. O trabalho, segundo ela, foi a forma de se reestabelecer em outro país. “Tenho uma história triste e difícil. Mas, pelo trabalho, agora tenho outra vida no Brasil. Não só pelo meu crescimento profissional, mas por minha família, meus filhos, que agora têm uma condição melhor e acesso a tudo que precisam”. 

De acordo com Keyllen Nieto, consultora da OIM para a iniciativa, os treinamentos são essenciais para o engajamento dos principais atores envolvidos. “Há empresas em diferentes estágios de implementação de políticas de diversidade e inclusão e encontros como este são positivos para alavancar este processo e trocar experiências entre as empresas e refugiados.” 

Ao fim do encontro, representantes de empresas presentes no workshop puderam conhecer as demais participantes da terceira edição do Empoderando Refugiadas em uma dinâmica de networking e empregabilidade, por meio de interações em grupo e entrevistas individuais. O intuito foi de promover o contato direto com as mulheres do projeto e analisar os perfis para uma possível colocação no mercado de trabalho.

Na ocasião, além do contato direto com as mulheres do projeto, as empresas presentes participaram de um workshop sobre empregabilidade de refugiados realizado por representantes da OIM, onde executivos puderam sanar dúvidas sobre a contratação de refugiados e imigrantes e acessar os meios para quem deseja implementar políticas de inclusão em suas corporações. O treinamento foi baseado em um estudo sobre os desafios e oportunidades do acesso de migrantes internacionais ao mercado de trabalho brasileiro para empresas – realizado em 2018 pela OIM em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global.

Plataforma Empresas com Refugiados

A atual edição do projeto Empoderando Refugiadas, já em seu terceiro ano, atende a cerca de 50 mulheres, promovendo capacitação para atuação no setor privado brasileiro e contato direto com empresas. A edição, que se encerra no primeiro semestre de 2019, ainda prevê o lançamento da plataforma Empresas com Refugiados, um canal de promoção de boas práticas relacionadas à integração de pessoas refugiadas no setor privado. Idealizado pelo Pacto Global e pelo ACNUR, o objetivo da plataforma é dar visibilidade aos tantos cases de sucesso existentes para incentivar outras empresas a se envolverem com a causa, disponibilizando informações para a implementação de novas iniciativas em prol das pessoas refugiadas.

O Empoderando Refugiadas conta com a parceria do Facebook e com os apoios de ABN AMRO, Carrefour, Lojas Renner, Pfizer e Sodexo. São parceiros estratégicos do projeto o Consulado da Mulher, a Fox Time, o Grupo Mulheres do Brasil, a Migraflix e o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR).

Fonte: ACNUR 

Dinâmicas e entrevistas individuais possibilitaram o contato entre empresas e mulheres refugiadas. Foto: Fellipe Abreu