O Programa de Admissão Humanitária para Refugiados Sírios (ACNUR) conta com a participação de 17 países, entre eles estados Unidos, França e Austrália.
Os países oferecem, ao todo, cerca de 10 mil lugares , alguns dos quais já para 2014.
A decisão surge depois de algumas críticas a países ocidentais por não participarem no esforço de acolhimento de cerca de dois milhões de sírios em fuga da guerra civil.
Até agora, os vizinhos da Síria – Líbano, Turquia, Jordânia e Iraque – absorveram a maioria dos refugiados, mas o fluxo constante esgotou os recursos disponíveis e causou algumas tensões.
O problema é particularmente grave no Líbano, que registra, atualmente, cerca de 760 mil refugiados.
O número real de sírios no Líbano, que tem uma população de quatro milhões de habitantes, aproxima-se de um milhão de pessoas.
Ao abrigo dos programas de admissão humanitária, o ACNUR vai avaliar a situação dos refugiados para serem enviados para os 17 países de acolhimento, dando prioridade aos mais vulneráveis.
A vulnerabilidade é definida com vários critérios e inclui deficientes, famílias monoparentais, vítimas de agressões sexuais e outros abusos.
O número de refugiados que cada um dos 17 países vai receber ainda não foi decidido.
A França poderá receber até 1.200 pessoas e a Suécia anunciou que vai conceder vistos de residência aos refugiados sírios, mas não aceitará pedidos nas embaixadas suecas.
Desde o início do ano passado, a Suécia recebeu perto de 14.700 pedidos de estatuto de refugiado de cidadãos sírios.
As informações são do porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas, Peter Kessler, à agência francesa de notícias, AFP.
Mais de 115.000 pessoas morreram na guerra civil síria, desde março de 2011, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Dois milhões de sírios vivem atualmente como refugiados em diferentes países, e milhões são deslocados internos.
Pelo menos 4.150 menores abandonaram a Síria sem a companhia de um parente, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
O porta-voz do Unicef, Marixie Mercado, diz que alguns menores perderam os pais no conflito, outros cruzam a fronteira para se juntar a familiares e outros são enviados a países vizinhos pelos próprios pais, para não serem recrutados por grupos armados.
Enquanto isso, inspetores internacionais encarregados da destruição das armas químicas da Síria iniciaram nesta quarta-feira (2) o segundo dia de uma missão especialmente perigosa realizada em meio à guerra civil do país.
Os 19 inspetores da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), que chegaram a Damasco, acompanhados de 14 empregados da Organização das Nações Unidas, foram enviados à Síria depois de um acordo entre Moscou e Washington que permitiu impedir uma intervenção militar estrangeira contra o regime de Bashar al Assad.
Segundo especialistas em desarmamento, a Síria possui mais de mil toneladas de armas químicas, entre elas 300 toneladas de gás mostarda e sarin, distribuídas em 45 locais diferentes.