Sábado, dia 12 de outubro, completam-se três semanas de prisão do grupo de 28 ativistas do Greenpeace, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel.
A promotoria russa acusou todos os membros do grupo, além de um fotógrafo e um cinegrafista, de pirataria e determinou a prisão temporária por 60 dias. Se condenados, as penas podem chegar a 15 anos de prisão.
Em Brasília, deputados da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos realizaram ato de coleta de assinaturas pela libertação da brasileira e deverão entregar o documento ao embaixador da Rússia no Brasil.
O governador do Rio Grande do Sul, estado onde a brasileira Ana Paula mora, receberá, na próxima segunda-feira (14) Rosângela Maciel, mãe da bióloga, e a diretoria do Greenpeace.
Tarso Genro quer discutir medidas práticas capazes de resultar na liberação de Ana Paula e informou que pedirá, pessoalmente, à presidente Dilma Rousseff, que estará no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (11) que intervenha, diplomaticamente, a favor da bióloga que mora em Porto Alegre.
A presidente Dilma Rousseff disse, nesta quinta-feira (10), por meio do microblog Twitter, que já determinou ao ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo que dê “toda assistência” à gaúcha Ana Paula Maciel.
A presidente disse que pediu a Figueiredo um “contato de alto nível” com o governo russo a fim de que seja encontrada uma “solução” para o caso da brasileira.
Em duas cartas enviadas à família, Ana Paula relata os dias de cárcere em Murmansk, Rússia. “Estou bem, tenho meus momentos de fraqueza mas rezo mais forte: a vida é muito curta para se sentir miserável por muito tempo”.
A bióloga afirma que “os guardas, carcereiros, enfermeiros são todos gentis (…) no fundo sabem que não somos criminosos”.
As cartas são datadas de 27 de setembro e de 2 de outubro e revelam esperança e apreensão com o tempo em que poderá ficar detida, já que a audiência da brasileira não tem data marcada.
Investigadores russos informaram, na quarta-feira (9) que durante uma busca no navio, foram confiscadas drogas, aparentemente morfina e palha de papoula.
A papoula pode ser usada para produzir morfina ou heroína.
Em comunicado, o Greenpeace disse ser uma “calúnia e uma invenção” a acusação de que o navio carregaria drogas ilegais.
“Podemos apenas deduzir que as autoridades russas estão se referindo aos suprimentos médicos que nossos navios são obrigados a levar sob a lei marítima”, disse a ONG.
“Há uma rígida norma contra (a posse) de drogas recreacionais em navios do Greenpeace, e deve ser vista com grande desconfiança qualquer acusação de que foram encontrados suprimentos que não sejam médicos”, relata o comunicado.
A ONG ressalta que “antes de partir da Noruega rumo ao Ártico russo, o navio foi revistado por cães farejadores das autoridades norueguesas, como é padrão. As leis da Noruega estão entre as mais rígidas do mundo, e nada foi encontrado porque não havia nada ilegal no navio”.