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Bósnia: especialistas escavam o que pode ser maior vala comum de limpeza étnica

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No vilareja de Tomasica, especialistas forenses estão escavando o que pode ser a maior vala comum de vítimas da limpeza étnica na Bósnia.

A existência da vala é conhecida há anos, mas a localização exata foi coberta por “um muro de silêncio sérvio”, afirmou o gabinete estatal de pessoas desaparecidas. .

O tribunal de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) em Haia condenou 16 servo-bósnios a um total de 230 anos de prisão por atrocidades na área de Prijedor, no noroeste da Bósnia.

O Instituto de Pessoas Desaparecidas da Bósnia sabia da existência da vala em Tomasica há anos, mas o local exato e os detalhes das vítimas eram conhecidos apenas por testemunhas sérvias locais, que haviam permanecido em silêncio desde o fim da guerra de 1992-95.

“Nós conduzimos a investigação durante dois anos e, finalmente, encontrei pessoas que estavam dispostas a falar”, disse o supervisor da equipe forense, Mujo Begic.

Algumas testemunhas eram antigos combatentes separatistas servo-bósnios que não podiam mais manter o segredo.

Em Tomasica, os peritos estão recuperando corpos de bósnios muçulmanos e de croatas mortos pelos sérvios separatistas em uma das piores campanhas de limpeza étnica destinadas a expulsar os não-sérvios na guerra do país.

Restos mortais de 18 pessoas já foram desenterrados da vala comum, que se espalha por 3.000 metros quadrados de colinas verdes desabitadas.

Todas as vítimas, homens, mulheres e crianças, foram mortas a tiros, disseram os peritos. Muitos foram embrulhados em cobertores.

Os primeiros corpos foram encontrados a uma profundidade de sete metros em agosto e os restos de 240 pessoas não foram exumados até hoje.

Acredita-se que eram moradores muçulmanos da área de Prijedor.

Relatos de testemunhas mostraram que cerca de 1.000 pessoas foram enterradas lá originalmente, mas há indícios de que alguns foram, posteriormente, exumados e enterrados em outro lugar para encobrir os vestígios do crime.