O psiquiatra britânico Adrian Raine e sua equipe continuam debruçados no estudo sobre quais fatores neurológicos, ambientais e genéticos estão por trás do comportamento violento.
Dentre as pesquisas realizadas algumas se focam em fatores no começo da vida que afetam o desenvolvimento da criança.
O psiquiatra diz que, por exemplo, mães que fumam ou bebem durante a gestação têm crianças com duas a três chances de se tornarem adultos violentos.
Pessoas que possuem baixa frequência cardíaca quando estão em repouso, segundo o médico, também têm maior probabilidade de agir agressivamente. Pessoas cuja pulsação não responde, minimamente, a estresse não sentem medo e, por isso, podem cometer crimes ou se envolver em brigas de rua.
Cerca de 50% da variação nas taxas de violência pode ser atribuída a fatores genéticos e, portanto, fatores hereditários são importantes.
Adrian Raine afirma que o cérebro humano fica completamente maduro até os 20 anos de idade e explica que adolescentes de 15 e 16 anos são impulsivos porque seu córtex pré-frontal não está completamente desenvolvido. Entretanto, o psiquiatra ressalva que, em alguns casos, o cérebro demora até os 30 anos para se desenvolver.
A neurocriminologia é uma nova disciplina que Adrian Raine desenvolve nos Estados Unidos, que utiliza a aplicação de técnicas da neurociência para entender as causas do crime.
Segundo ele, estão sendo compilados dados de tudo que foi pesquisado nos últimos anos — na genética, técnicas de imagem cerebral, neuroquímica, psicofisiologia e neurocognição — para explicar porque algumas pessoas crescem para se tornar criminosos violentos.
O objetivo é entender o cérebro por trás não só dos criminosos comuns, mas também o de psicopatas, criminosos de colarinho branco e homens que batem em suas esposas.