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“Patrícia Acioli era simpática, carinhosa, empenhada e só queria fazer o bem para a sociedade”, afirma o juiz Alexandre Abrahão

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Alexandre Abrahão, 45, é juiz há 15 anos e assumiu como titular da Vara Criminal de Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, em dezembro de 2004.

Já no primeiro ano, em Bangu, foi ameaçado de morte e até hoje, nove anos depois, a situação é a mesma com traficantes e bandidos tentando intimidar o magistrado.

 O juiz, que só anda com carro blindado, é acompanhado por uma escolta formada por quatro policiais civis e militares com armamento pesado.

Logo após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, o Disque Denúncia recebeu informação de que o magistrado seria o próximo a ser morto. “Aqui, em Bangu, a guerra é constante; é um caldeirão que está igual, ou pior, que a região de São Gonçalo. A população carcerária chega a 22 mil presos”.

O juiz não teme as ameaças e, há menos de dois meses, decretou a prisão de 78 pessoas (40 policiais militares, entre eles) envolvidos com a máfia da pirataria. “Essa foi a profissão que escolhi; se tivesse optado por ser florista, por exemplo, poderia me ferir com os espinhos das rosas”.

A admiração do juiz por  Patrícia Acioli é flagrante quando lembra da colega: “Sempre gostei da Patrícia e, a última vez que nos vimos foi durante um seminário realizado da Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro). Ela me chamava de Abrãozinho e dizia que era eu de saias e eu rebatia afirmando que eu era ela de calças”. 

“Patrícia era simpática, carinhosa, determinada e empenhada: só queria fazer o bem à sociedade”, ressalta o juiz ao enaltecer a iniciativa da Amaerj em criar o Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos.

“A iniciativa é muito importante e significativa, pois valoriza o magistrado e mostra à sociedade a realidade difícil da nossa profissão”.