Somente na região metropolitana de Cuiabá os casos de feminicídio tiveram aumento de 37,5% em 2018, segundo a Polícia Civil. Com base nesses dados, a Polícia Civil e Militar, Assembleia Legislativa (ALMT) e a Câmara de Vereadores de Cuiabá estão criando meios de prevenção à violência contra mulher.
Com a intenção de fiscalizar o cumprimento de medidas protetivas, a patrulha Maria da Penha começou a funcionar em Cuiabá em outubro do ano passado e, desde então, 114 mulheres foram atendidas em 12 bairros da capital com mais ocorrências registradas.
“O principal objetivo é proteger as vítimas e diminuir os índices de homicídios, tentativas e ameaças. 100% das vítimas atendidas se sentiram mais seguras e não tiveram reincidência dos agressores”, disse a gerente da patrulha, Denise Pereira Valadão Alves.
O projeto também foi adotado em Várzea Grande, Sinop, Tangará da Serra e Barra do Garças.
Já em Barra do Garças, além da patrulha, outras medidas estão sendo adotadas desde 2013 e, durante esses cinco anos, um feminicídio foi registrado no município.
O juiz da 1ª Vara de Violência Doméstica, Jamilson Haddad, disse que o objetivo é conscientizar os dois lados, para que a violência não continue. Para isso, um encontro com a vítima e o agressor é feito no fórum, mas não tem julgamento.
“Apenas conversamos com os dois. Tanto para a vítima se empoderar para romper esses padrões doentios de relação, como os homens tomando consciência de que, além deles, os filhos também são prejudicados com essa agressão às mulheres”, ressaltou.
Na Assembleia Legislativa foi criada, em maio, a Câmara Temática em defesa do direito das mulheres com representantes do judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e outras instituições de defesa da mulher.
Entre as cobranças, está a ampliação da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM), em Cuiabá, que hoje funciona apenas de segunda-feira a sexta-feira em horário comercial.
Na Câmara Municipal os parlamentares criaram uma CPI do Feminicídio, que deve começar a promover audiências e palestras de conscientização ainda neste mês.
“Através dessa CPI, vamos colher informações, fazer diagnósticos e cobrar ações efetivas na área de assistência social, saúde, emprego e geração de renda”, disse o vereador Marcelo Bussi (PSB).