“A luta pelo respeito aos Direitos Humanos não deveria nos exigir tanto, muito menos vidas preciosas como a da colega Patrícia Acioli. Não queremos mártires. Contemplar os que se dedicam a tanto com um prêmio que leva o nome dessa guerreira é uma forma inteligente de buscar e promover o respeito aos direitos, sem sacrifícios e perdas qualificadas de tal monta. Parabéns à AMAERJ!“
Palavras do juiz Jonatas dos Santos Andrade, titular da Segunda Vara Federal do trabalho de Marabá (PA).
Em julho deste ano, o juiz foi ameaçado devido à atuação em processos que envolvem um fazendeiro paraense (Décio Barroso).
Ele acionou o Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região (PA) informando sobre as ameaças contra a vida de trabalhadores, advogados e a sua própria.
O Tribunal deslocou integrantes do Grupo Especial de Segurança (GES), para reforçar a proteção ao magistrado, e desenvolveu gestões junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará (SEGUP-PA), e à Superintendência da Polícia Federal no Estado, visando garantir a integridade física do juiz e de seus familiares.
O caso ganhou repercussão nacional e várias associações de classe já manifestaram seu apoio, estando em curso investigações das polícias federal e civil, visando coibir qualquer ação ofensiva contra o magistrado.
Vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos em 2012, concedido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em razão de sua trajetória no combate ao trabalho escravo, o juiz Jônatas Andrade foi um dos idealizadores do Grupo Interinstitucional de Erradicação do Trabalho Escravo (GAETE), que tem entre seus integrantes a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Organização Não Governamental Repórter Brasil, entre outras instituições.
O juiz continua com escolta.