Resultado de um trabalho investigatório de seis anos, o livro “Rio sem Lei” apresenta o surgimento de uma nova facção criminosa, em que traficantes de drogas e milicianos se uniram em grande parte do Estado do Rio para formar as narcomilícias. A publicação, escrita pelos jornalistas Hudson Corrêa (vencedor do 6º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos) e Diana Brito, recorda o assassinato da juíza Patrícia Acioli, com 21 tiros na porta de casa, em 2011, por policiais militares.
A obra ainda aborda a morte da vereadora Marielle Franco, executada com quatro tiros na cabeça, em 2018. O livro fala sobre a corrupção política, a máfia dos jogos, o tráfico de drogas e as narcomilícias que criaram, com ajuda de policiais corruptos, um poder paralelo no Rio de Janeiro que intimida e elimina quem atravessa o seu caminho.
Em um dos capítulos do livro, a juíza Daniela Barbosa Assunção conta que a Baixada Fluminense foi o primeiro lugar em que a milícia deixou de lutar contra o tráfico de drogas.
“Ambos só querem lucro. Não são concorrentes e não possuem ideologia. Também não existe rixa com o jogo ilegal. Desde que se respeite o território de cada um, estará tudo bem combinado. E os grupos de traficantes, milicianos e contraventores, têm um ponto em comum: a corrupção policial”, afirma a juíza.