Uma pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que, em média, 23% dos homens da região Ásia-Pacífico admitiram ter estuprado uma mulher, pelo menos uma vez.
O índice varia de 10% a 62% dependendo do país.
O levantamento revelou também que a violência física ou sexual contra a mulher ou parceira chegou a quase 50%, em média, mas esse índice atingiu 80% em alguns países pesquisados.
Segundo a pesquisa, um em cada quatro homens de seis países da Ásia (Bangladesh, China, Cambodja, Indonésia, Sri Kanka e Papua Nova Guiné) afirmaram ter forçado, sexualmente, desconhecidas ou até mesmo suas parceiras.
A sondagem foi feita entre 2011 e 2012 com mais de dez mil entrevistados e os pesquisadores concluíram que a violência contra as mulheres começa muito cedo. No total, 50% dos homens afirmaram que tinham 14 anos, ou menos, quando cometeram o primeiro estupro.
Por outro lado, a pesquisa revela que a impunidade é enorme na região: entre 72% e 97% dos homens nunca foram julgados ou punidos pelos crimes.
Dos que afirmaram ter “forçado o sexo”, 70% disseram que era “seu direito”, quase 60% contaram que estavam “entediados”e cerca de 40% reconheceram que sentiram raiva ou queriam “punir a mulher”.
A pesquisa confirmou que, ao contrário do que muitos possam pensar, a principal motivação para o estupro não é a bebida alcoólica, mas o fato de que o homem se acha no direito de fazer sexo, independentemente, do consentimento da mulher.
A ONU fez várias recomendações para evitar a violência. Entre elas, os pesquisadores dizem que é importante demonstrar, por meio da mobilização da comunidade, que a violência contra as mulheres é inaceitável.
O documento pede também o fim da impunidade para homens violentos, principalmente em casos de estupro de maridos contra suas mulheres.
O estudo da ONU foi uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (Pnud), o Fundo de População (Unfpa), a ONU Mulheres e o programa de voluntários da organização.