A principal linha de investigação da polícia sobre o assassinato do promotor de Justiça, Thiago Faria Soares acusa que o crime pode ter sido motivado por disputa de terras.
O secretário executivo da Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que o promotor, junto à família da noiva, teria adquirido parte de uma fazenda em um leilão.
A polícia acredita que o antigo dono do terreno teria ficado insatisfeito.
O secretário informou que por enquanto não pode divulgar outros detalhes para não atrapalhar as investigações.
Policiais militares, civis, além de um promotor, fizeram uma operação na zona rural de Águas Belas, no Agreste de Pernambuco, em busca dos assassinos.
A polícia conta com o apoio de um helicóptero da SDS. Até agora nenhuma prisão foi confirmada.
Durante a madrugada a noiva do promotor, Mysheva Freire Ferrão Martins e o tio dela, que também estavam no veículo, prestaram depoimentos.
O procurador geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, disse que “ tem informações precisas da Polícia Civil de que, em breve, iremos responder ao país e colocar na cadeia essa pessoa que tirou a vida de um homem de bem. Já tem pedido na Justiça de prisão temporária”, disse.
O promotor foi assassinado na manhã de segunda-feira (14), em Itaíba, no Agreste.
De acordo com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, o promotor seguia para Itaíba com a noiva e um tio dela, quando um veículo se aproximou e fez um disparo, em um trecho da PE-300 que fez com que o promotor parasse no acostamento, quando os suspeitos deram o retorno e atiraram novamente.
O secretário esclareceu que a vítima levou quatro tiros de revólver calibre 12, todos na região da cabeça.
“Foi execução. O alvo era ele, pois os executores tiveram oportunidade de matar as outras pessoas. Temos equipes especializadas nesse caso, várias buscas já foram feitas, temos suspeitos da prática desse crime e, certamente, em pouco tempo daremos a resposta. Temos uma linha principal e outras secundárias, mas não podemos adiantar essas linhas”, disse.
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos afirmou que ainda não chegaram informações de que o promotor sofria ameaças e também não havia ocorrência contra ele na Polícia Civil nem no Ministério Público.
O procurador-geral de Justiça disse que não pediu proteção especial para promotores do estado. “Promotores não são super-homens, hoje todo cidadão corre risco. Não vamos nos intimidar”, comentou.
O fazendeiro fazendeiro José Maria de Paula apontado como mandante da execução do promotor Thiago Faria Soares já responde a outros processos criminais.
O suspeito seria um dos antigos donos da Fazenda Nova, em Águas Belas, no Agreste, uma área de 25 hectares, onde a vítima morava.
A informação foi repassada, nesta terça-feira (15), pelo procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, e pelo chefe da Polícia Civil, Oswaldo Morais.
Desde segunda-feira (14), dia do crime, uma megaoperação deflagrada pelas polícias Civil, Federal e Militar tentava localizar o suspeito.
O corpo do promotor foi sepultado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Grande Recife.
“[O suspeito] tem processos criminais, que responde na região, em relação a homicídios. Gente muito perigosa. Existem alguns pedidos feitos à Justiça, para descobrir a forma como aconteceu o crime”, afirmou Aguinaldo Fenelon.
“O fazendeiro tem uma ficha criminal bastante longa. Já foi preso por homicídio”, acrescentou o chefe da Polícia Civil, Oswaldo Morais, sem detalhar por quais crimes ele responde.
A polícia está procurando o fazendeiro e a justiça já concedeu mandado de prisão preventiva contra ele que está foragido.
A informação foi confirmada pelo chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Osvaldo Moraes.