Os casos de trabalho infantil no mundo tiveram redução de um terço entre 2000 e 2013.
Os dados são do estudo
O número de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando nos últimos 13 anos caiu de 246 milhões para 168 milhões.
Para a OIT, o avanço no combate ao trabalho infantil foi possível devido à intensificação de políticas públicas e da proteção social das crianças e dos adolescentes nos últimos anos, acompanhada pela adesão a convenções da organização e pela adoção de marcos legislativos sólidos no âmbito nacional. A instituição verificou que os maiores progressos na queda do uso desse tipo de mão de obra ocorreu entre 2008 e 2012.
Mesmo assim, há cerca de 168 milhões, quase 11% do total de meninos e meninas em todo o mundo, são vítimas do trabalho infanto-juvenil.
Embora nos últimos quatro anos, a exploração infantil tenha diminuído, a OIT aponta que essa desaceleração é insuficiente porque, se o mundo almeja cumprir a meta de erradicar as piores formas de trabalho infantil até o ano de 2016, estabelecida entre os países membros da Organização das Nações Unidas, deve acelerar o enfrentamento do problema.
Oitenta e cinco milhões de crianças (mais do que a metade do total de vítimas) também estão sujeitas por aquelas consideradas as piores formas de trabalho infantil (trabalho em matadouros, carvoarias etc)
Regionalmente, o maior número de crianças em atividade no mercado de trabalho está na Ásia – 78 milhões, cerca de 46% do total. Proporcionalmente à população, no entanto, o Continente Africano é o que concentra o maior percentual de menores de 18 anos envolvidos nesse tipo de atividade, 21%.
Em relação ao setor em que crianças e adolescentes são encontrados trabalhando com maior frequência, a agricultura é o que tem a maior concentração, 59% dos casos (98 milhões). Os setores de serviços (54 milhões) e da indústria (12 milhões) também mostram incidência de uso de mão de obra infantil, especialmente na economia informal.
A pesquisa da OIT não cita, especificamente, o Brasil, mas levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detecta que no Brasil ainda existe um enorme contingente de crianças trabalhando, embora o índice esteja em queda.
São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Norte concentram 50,41% do total de trabalho de crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos no país. Nesses estados, apenas em 2010, 1.652.125 trabalhavam.
O Rio de Janeiro registra o menor índice do país: 6,7%.
A divulgação do estudo vai ao encontro da Conferência Global sobre Trabalho Infantil que será realizada, em outubro, em Brasília.