Cerca de 5 mil detentos do Ceará ganharam um canal de comunicação direta com familiares e a sociedade.
Desde o início do ano eles ouvem diariamente a programação da Rádio Livre, uma emissora criada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) que já atinge seis penitenciárias com programação musical, serviços de utilidade pública, dicas de saúde, educação, cultura e orientações jurídicas.
Projeto pioneiro no estado, a programação da emissora chega às penitenciárias da região metropolitana de Fortaleza por meio de caixas de som distribuídas nos corredores e pátios das unidades prisionais.
De segunda a sexta-feira, das 8 às 19 horas, os detentos recebem recados de familiares, informações de utilidade pública, cuidados com a saúde, dicas de leitura e entretenimento, além de música.
Por meio da internet, a programação, que é feita no estúdio da Sejus, chega simultaneamente às Casas de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) II, III, IV e de Caucaia, na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo (Pacatuba) e no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF).
Para dar mais dinâmica à rádio, os momentos musicais são intercalados com notícias de interesse dos detentos, atividades programadas, recados e mensagens de familiares.
Com o slogan “ Rádio Livre, a liberdade está no ar” , a rádio tem ajudado na ressocialização de detentos e egressos e se transformou num canal de comunicação eficiente.
“Apostamos neste projeto, porque precisávamos chegar de forma direta aos internos do sistema penitenciário para falar sobre ressocialização. Muitas vezes, eles só têm atenção dos meios de comunicação pelo viés da violência. Queríamos mostrar que há espaço para eles em outras áreas, como educação, saúde, esporte, mensagens de parentes, assuntos que os conectem com outras realidades e oportunidades. Acreditamos que o preso pode ser protagonista de uma nova história”, explicou a secretária da Justiça e Cidadania do Ceará e defensora pública, Mariana Lobo.
Os detentos participam enviando sugestões de programação, pedidos de música e perguntas aos apresentadores. Em cada unidade prisional onde a rádio chega há uma caixa onde são depositadas os pedidos dos detentos. Os familiares também participam ativamente gravando mensagens e recados e têm acesso à programação por meio da internet.
A expectativa é de que outras penitenciárias também recebam o sinal da rádio.
A ampliação do projeto prevê a inclusão do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira II e a Casa de Privação Provisória de Liberdade I.